sexta-feira, 26 de julho de 2013

Meio-dia e meio ou meio-dia e meia


A forma correta de escrita das palavras é meio-dia e meia. A expressão meio-dia e meio, embora seja muito utilizada, está errada. Devemos utilizar a expressão meio-dia e meia sempre que nos quisermos referir às doze horas e trinta minutos, ou seja, meio-dia mais meia hora.

A palavra meia é um numeral fracionário e se refere à metade de um todo, de uma unidade. Sendo um numeral fracionário, deverá estabelecer concordância com a unidade fracionada. Neste caso, a unidade fracionada é a hora, um substantivo comum feminino: uma hora, meia hora.

Esta dúvida surge porque é feita, erradamente, concordância com a palavra dia em vez da palavra hora. Sempre que fracionamos a hora, utilizamos a palavra meia, no feminino, como em sete e meia, onze e meia, cinco e meia. Assim, o correto também será meio-dia e meia, uma vez que a palavra hora se encontra subentendida: meio-dia e meia hora.

Exemplos:
Eu e meu irmão estaremos no portão da escola ao meio-dia e meia.
Sairei do trabalho ao meio-dia e meia.
É meio-dia e meia.

Afim ou a fim


A palavra afim tem sua origem na palavra em latim affinis e pode ser um adjetivo ou um substantivo. Exemplos:
O espanhol é uma língua afim com o português.
Nesta fase das nossas vidas, não temos objetivos afins.
Para meu aniversário, convidarei parentes e afins.

A locução prepositiva a fim de é formada pela preposição a, mais o substantivo comum masculino fim, mais a preposição de. Uma locução prepositiva é um conjunto de duas ou mais palavras em que a última é uma preposição. 

Exemplos:
A aluna estudou muito a fim de tirar boa nota na prova.
Você está contando essa história a fim de me comover, mas não vai conseguir.

No português falado no Brasil a expressão a fim de também é utilizada em contextos informais com significado estar com vontade, desejo, com interesse em alguma coisa ou em alguém.

Exemplos:
Neste momento eu estou a fim de ficar sozinha.
Pedro está a fim de Laura.

Há ou A?



 Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular.

Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.
Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.

• Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”.

Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo.
Faz muito tempo que não como esse bolo.

Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, emprega-se “há”.

Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa.
Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa.

• Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”.

Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora.
Estamos a dez minutos de onde você está.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Mas ou mais?



  A palavra mas é usada, principalmente, com sentido de porém, todavia, contudo. A palavra mais indica, principalmente, o aumento da quantidade, sendo antônimo de menos.
  Mas pode ser um substantivo comum, uma conjunção ou um advérbio. Como substantivo se refere a um defeito, um senão. Como conjunção adversativa tem sentido de uma oposição ou limitação, podendo ser substituído por porém, todavia, contudo. Como advérbio, dá ênfase a uma afirmação.
Ex.: -Nem mas nem meio mas, faça já o que estou mandando!
-Os médicos fizeram todos os possíveis mas o paciente não sobreviveu.
  Mais pode ser um substantivo comum, uma conjunção, um advérbio de intensidade, uma preposição ou um pronome indefinido. Indica sempre uma noção de maior quantidade ou intensidade, de excesso. Pode significar ainda os outros, os demais, os restantes.
Ex.: -Sílvia é a menina mais bonita da turma.
-Três mais três são seis.

03 - Português (Figuras de linguagem - parte I) - aula 03

Pleonasmo e Ironia

Os caras de pau-Pedrão-Pleonasmo




Quando usar: POR QUE, POR QUÊ, PORQUE e PORQUÊ?




*Quando usar o POR QUE? 
Nas perguntas ou quando estiverem presentes (mesmo que não explícitas) as palavras “razão” e “motivo
EX.: -Por que você não aceitou o convite?
Todos sabem por que motivo ele recusou a proposta. 
- Ela contou por que (motivo, razão) estava magoada.

*Quando usar o POR QUÊ?
Nos finais de frases.
EX.: - Por quê? Você sabe bem por quê.

*Quando usar o PORQUE?
-Quando corresponder a uma explicação ou a uma causa.
EX.: - “Não, Bentinho; digo isto porque é realmente assim, creio...” (M. Assis, Dom Casmurro).
 -Comprei este sapato porque é mais barato.

*Quando usar o POR QUÊ?
-Quando é substantivado (quando é atribuído à ele funções de substantivo)  e substitui “motivo” ou “razão”.
EX.: -Não sabemos o porquê de ela ter agido assim. 
-É uma menina cheia de porquês.

Por que não escrevemos do jeito que falamos?




  Sabemos que o meio de expressão de todas as línguas humanas é o som produzido pelo aparelho fonador. Mas a maior parte delas, possui um segundo meio de expressão: a escrita. A necessidade da escrita parece ligar-se ao grau de complexidade das culturas humanas. 

  Apesar de haver correlações entre fala e escrita, o ato de escrever é muito diferente do ato de falar. E a grande diferença reside essencialmente no fato de o interlocutor estar presente na hora da fala e ausente no momento em que escrevemos.

  Quando falamos, qualquer problema na interpretação ou compreensão pode ser imediatamente retomado e solucionado através de uma interrupção de quem nos ouça; além do que, quando conversamos ou somos ouvidos, outros componentes da "fala" formam um ambiente propício: gestos, expressões faciais, tons de voz que completam, modificam, reforçam o que dizemos.
  Mas, no momento de escrever, falta-nos tudo isso. No vestibular, por exemplo, assim que entregamos nossa redação, ela estará longe de nós e já não poderemos complementar ideias truncadas (ah, professo1  aí nesse lugar eu quis dizer isso...), nem introduzir nossos gestos, nosso tom de voz, enfim, nossas famosas "caras e bocas" de quando falamos, falamos, falamos...


Erros sérios de Pleonasmo